INICIANDO NOS AVIÕES VCC

 

Vamos conhecer uma das modalidades mais antigas e que tem muito prestigio mundial nos dias atuais, que é o VCC (vôo circular controlado), também chamado pelos mais veteranos de “U” control.

 

Abaixo vou relatar um pouco sobre essa divertida modalidade do aeromodelismo e recomendar que, se você tiver a oportunidade de praticar, não deixe de ter essa incrível sensação!

 

O aeromodelo da foto é um Nobler, um clássico de tamanho médio que atravessou algumas gerações que o montaram em cima de plantas, até que foram disponibilizados pela Top Flite na modalidade ARF nos anos 90.

 

Nobler.jpg

O VCC

O aeromodelismo VCC é uma modalidade que liga o piloto ao aeromodelo por um manete com dois cabos de aço, permitindo ao piloto comandar o subir e descer, tal como se tivesse exatamente um manche de avião em sua mão.

 

Com os movimentos do manete, uma gama de manobras pode ser executada, exigindo habilidade e concentração do piloto.

 

Como pode ser visto no antigo desenho, o piloto, parado no meio do círculo, voa o modelo em uma ou mais linhas de controle.

A ORIGEM DO VCC

Os primeiros aeromodelos a voar em uma linha eram amarrados. Esses aviões tinham uma única linha que ia de uma asa a um poste no chão e permitiam que o modelo voasse em um círculo, mas o modelador não tinha controle. Embora isso funcionasse em ambientes fechados, qualquer tipo de vento fazia com que o modelo voasse mal e possivelmente caísse, então eles não eram muito bons em ambientes externos.

 

Em 1937, um aeromodelista chamado Oba St. Clair usou manivelas de badalar sinos para pilotar o primeiro modelo de linha de controle documentado - o Miss Shirley.

 

Não demorou muito para que outros aeromodelistas começassem a desenvolver e comercializar sistemas Control Line. Em 1939, os irmãos Stanzel anunciaram seu Tiger Shark e, em 1940, Jim Walker revelou seu Fireball.

 

Em pouco tempo, os modelos Control Line substituíram os modelos Free Flight nas prateleiras de lojas de hobby e novos concursos foram criados para testar a habilidade de um piloto.
 

No Brasil o VCC foi difundido por lojas como a Casa Aerobrás em São Paulo e a Aerobel em Belo Horizonte, além de muitas outras tradicionais que habitaram o imaginário dos praticantes da modalidade.

 

Seus fundadores deixaram muita saudade e gratidão para vários de nós veteranos. 

A modalidade Control Line foi oficialmente reconhecida num evento formal no Campeonato Nacional de Aeromodelismo (Nats) em 1942.

 

Os primeiros eventos Control Line foram Stunt (Acrobatic) e Speed, mas logo foram seguidos por Racing, Combat e Navy Carrier. Nos Estados Unidos, o aeromodelismo Control Line atingiu seu pico de popularidade durante as décadas de 1950 e 1960, embora o Control Line ainda seja a forma mais popular de aeromodelismo no resto do mundo.

 

As linhas de controle são geralmente cabos de aço inoxidável trançados ou fios de metal sólido de 0,008 pol (0,20 mm) a 0,021 pol (0,53 mm). Linha de costura ou linha de pesca trançada podem ser usadas em vez de fios, mas a resistência do ar é maior. Uma terceira linha às vezes é usada para controlar o acelerador do motor, e mais linhas podem ser adicionadas para controlar outras funções. Sinais elétricos enviados pelos fios às vezes são usados ​​em modelos em escala para controlar funções como retração do trem de pouso e flaps.

 

O tamanho dos cabos é proporcional aos motores dos aeromodelos e suas categorias. Vamos tomar por base aqui a categoria F2B com motores Glow:

CABOS DE VCC.jpg

 

Os modelos de vcc são construídos com os mesmos materiais básicos e métodos de construção dos modelos radio controle e voo livre. A construção do modelo varia com a categoria do modelo. Os modelos de acrobacia e combate são construídos de forma relativamente leve em comparação aos modelos R/C, pois precisam de alta manobrabilidade no espaço limitado oferecido pelo hemisfério da linha de controle. Eles são normalmente construídos com materiais tradicionais como madeira balsa, compensado, papel, plástico e espuma de poliestireno, mas os modernos compostos e grafite/epóxi são ocasionalmente usados ​​em aplicações de alta carga. Os modelos de combate também devem ser relativamente fáceis e rápidos de construir, pois colisões e quedas no ar são comuns.

 

A construção de modelos acrobáticos é tipicamente bastante complexa e pode exigir centenas de horas. Os modelos de velocidade devem ser muito resistentes para suportar as forças de tensão da linha e permitir uma montagem de motor muito rígida para desempenho máximo do motor.

 

Os modelos de velocidade são geralmente construídos em torno de uma "panela" de alumínio ou magnésio que forma cerca de metade da fuselagem. Pouca ou nenhuma manobrabilidade necessária, pois uma vez em velocidade a altitude do modelo é mantida pela aceleração centrípeta . Os modelos de corrida precisam ser relativamente leves para uma boa aceleração desde o início, ou após um pit stop, e para reduzir o passo do aerofólio necessário para manter a sustentação.

 

As aeronaves de corrida também devem ser bastante fortes para suportar o pit man pegando o modelo após o pouso.

 

Para controlar o avião, as linhas devem permanecer em tensão. A aceleração centrípeta geralmente é suficiente para manter a tensão da linha se o avião estiver devidamente "aparado" (ajustado), mas às vezes recursos adicionais, como deslocamento do leme e deslocamento do motor, são adicionados para fornecer tensão extra.

 

O QUE É PRECISO PARA PRATICAR O HOBBY?

 

O que comprar e quanto custa?

 

Para entrar no aeromodelismo vcc o iniciante gastará entre US$ 200.00 e USS 500.00, acima disso serão modelos de competição. Os anúncios veiculados nas publicações e sites do hobby são bons indicadores para efetuar uma compra satisfatória. Produtos usados podem ser convenientes, mas é importante checar as condições do que se está comprando, pois, o barato pode sair caro. Se possível, peça a um aeromodelista experiente para ir com você ao vendedor e examinar os equipamentos.

 

Os produtos básicos que farão parte de sua primeira compra são:

 

O Aeromodelo de treinamento

(ARF ou Kit de peças a montar);

Motor Glow;

Acendedor de vela;

Combustível e bomba de combustível;

Hélices (no mínimo duas);

Cabo e Manete de controle;

Caixa de campo para levar todo o material à pista.

 

Se você pretende montar kits ou construir aeromodelos a partir de plantas, o desafio será maior, mas extremamente gratificante. Procure por informações específicas sobre construção, porque esta será uma empreitada à parte. 

 

A mesma coisa com relação aos vccs elétricos, como estes não são vintage, mas são tão empolgantes quanto devido à sua performance superior, vamos falar deles na Biblioteca avançada, ok?

Se você leu até aqui, parabéns, você já tem mais conhecimento desta modalidade que uma grande parte dos praticantes de aeromodelismo. Se você quer conhecer mais sobre a modalidade, as pistas, as técnicas e aprofundar nas particularidades dos equipamentos, avalie se um membro da área restrita e tenha acesso à Biblioteca avançada de aeromodelismo!

 

Ótimos voos!